segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Encontrada em 10% das jovens no SUS, clamídia aumenta risco de Aids e infertilidade

(Terra/Jornal do Brasil) Estudo revelou que 10% das jovens atendidas nos serviços públicos de saúde apresentam infecção por clamídia, doença sexualmente transmissível que, além de causar infertilidade, pode aumentar de três a seis vezes o risco de infecção pelo HIV.

A pesquisa realizada em âmbito nacional pelo Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids, da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, avaliou 2.071 jovens entre 15 e 24 anos atendidas nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS); 4% delas também tiveram resultado positivo para gonorreia.
A clamídia é uma doença sexualmente transmissível causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, que pode infectar homens e mulheres e ser transmitida da mãe ao bebê na passagem pelo canal do parto. A infecção atinge especialmente a uretra e órgãos genitais, mas também pode atingir a região anal, a faringe e ser responsável por doenças pulmonares.
Não há vacina contra a clamídia. A única forma de prevenir a transmissão da bactéria é através do sexo com preservativos. Uma vez instalada a infecção, o tratamento deve ser realizado com o uso de antibióticos específicos e deve incluir o tratamento do parceiro a fim de garantir a cura e evitar a reinfecção.
"A mulher infectada pela Chlamyda trachomatis durante a gestação está mais sujeita a partos prematuros e a abortos. Nos casos de transmissão vertical, na hora do parto, o recém-nascido corre o risco de desenvolver um tipo de conjuntivite e pneumonia", explica o médico coordenador do estudo, Valdir Monteiro Pinto.

DST que mais causa infertilidade As infecções causadas pela clamídia estão entre as DSTs que mais geram quadros de infertilidade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), três em cada quatro mulheres com infertilidade tubária têm a doença. E a cada ano surgem cerca de 92 milhões de novos casos de clamídia em todo mundo. Entretanto, apenas uma pequena parcela é diagnosticada e tratada, já que a doença é silenciosa, com 80% dos casos assintomáticos nas mulheres e 50% nos homens.

É preciso garantir o direito ao planejamento familiar, diz ONU

Entidade lançou relatório a cinco dias de a população do mundo atingir o patamar simbólico de 7 bilhões
Segundo o documento, há hoje cerca de 215 milhões de mulheres que não têm acesso a métodos contraceptivos
ANTONIO GOIS
ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE
A cinco dias de a população mundial atingir a marca de 7 bilhões pelas estimativas da ONU, o Fundo de População das Nações Unidas divulgou ontem relatório cobrando
maior esforço dos governos para garantir o direito ao planejamento familiar às populações em países em desenvolvimento.
A entidade estima que, hoje, 215 milhões de mulheres casadas e em idade reprodutiva nesses países, ou 11% do total, não estejam usando, apesar de desejarem, métodos contraceptivos.A situação é mais grave na África, especialmente na região subsaariana, onde a proporção de mulheres nessa situação
chega a 25%, percentual que ficou praticamente estável ao longo de toda a década passada.
Não por acaso, é justamente na África onde se verificam hoje as maiores taxas de fecundidade do mundo.
A média do continente é de 4,4 filhos por mulher, mas em alguns países chega a 7. Na Europa, essa taxa é de 1,6, abaixo do patamar considerado de mera reposição populacional: 2,1.
Para a ONU, entre as Metas do Milênio -conjunto de objetivos acordados por todos os países para melhorar a qualidade de vida de suas populações-, essa é uma das mais negligenciadas. Prova disso é que a assistência internacional para o planejamento familiar estagnou em US$ 400 milhões ao ano no mundo. Em 2002, esse montante chegou a US$ 700 milhões.
"Quando o direito das famílias ao planejamento familiar éFolha de S.Paulo - É preciso haver mais planejamento para famílias, diz ONU - 27/10/2011 http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft2710201117.htm[27/10/2011 09:55:57] respeitado, as populações, livres de qualquer tipo de coerção de governos, naturalmente evoluem para taxas de estabilização a partir de suas próprias escolhas, resultando em sociedades mais prósperas", afirmou ontem o representante do Fundo de População no Brasil, Harold Robinson, ao lançar o relatório na Universidade Federal de Minas Gerais.
Apesar de cobrar mais ação dos governos para reduzir a fecundidade em áreas onde ela está muito alta, o relatório argumenta que o tamanho da população, em si, não é um problema.
VIDA DIGNA
Segundo a ONU, nos últimos 60 anos, apesar de a população mundial ter mais que dobrado (passando de 2,5 bilhões a 7 bilhões), a expectativa de vida aumentou em mais de 20 anos, passando de 48 para 69 ao nascer.
"O mundo é capaz de alimentar e dar vida digna a 7 bilhões de pessoas, mas só se as decisões tomadas forem corretas e os direitos individuais, respeitados", afirmou Robinson.
O representante do fundo no Brasil destacou ainda que, do ponto de vista do impacto ambiental de cada habitante no planeta, é o padrão de consumo, e não o número de habitantes, que mais coloca em risco a sustentabilidade do planeta.

Fonte: Folha de São e Agencia Patricia Galvão

Em SP, uma mulher é agredida a cada 7 minutos

(O Estado de S. Paulo/iG/Folha.com) A cada dia do mês de setembro, 194 mulheres registraram boletim de ocorrência  por lesão corporal no Estado de São Paulo. A cada hora, oito mulheres foram agredidas. Em todo o mês, foram 5.844 casos de violência contra a mulher registrados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) que, pela primeira vez, divulga os números da criminalidade contra as mulheres.
A divulgação atende à Lei Estadual nº 14.545, sancionada pelo governador Geraldo Alckmin em 14 de setembro, que determina a organização de um banco de dados sobre índices de violência contra a mulher. Esse tipo de crime já era contabilizado nas estatísticas mensais divulgadas pela secretaria, mas não era discriminado.
Segundo a SSP, os dados incluem crimes registrados nas 129 Delegacias de Defesa da Mullher e nos Distritos Policiais comuns.

Em setembro, foram registrados seis homicídios dolosos de mulheres em todo o Estado e 16 tentativas de homicídio. No mesmo mês foram 48 estupros, 30 estupros de vulnerável e quatro tentativas de estupro. O Estado registrou ainda 5.844 casos de lesão corporal contra mulheres e 5.769 casos de ameaça. Logo em seguida vêm calúnia, difamação e injúria, com 1.258 casos. Maus-tratos representaram 56 casos e houve ainda 21 invasões de domicílio.
"Quanto mais detalhadas forem as estatísticas, mais saberemos a respeito do que ocorre no Estado. É positivo que possamos saber o tipo de violência que ocorre contra a mulher para podermos atuar de forma mais precisa", afirma a delegada-geral adjunta, Ana Paula Batista Ramalho.
Comparando-se com o total de agressões no Estado, as mulheres representam 37% das vítimas. No geral, são casos que envolvem brigas e disputas domésticas com o marido ou companheiro.

Fonte: O Estado de São Pulo e Agencia Patricia Galvão

ONU quer que G20 discuta alternativas para combater pobreza e proteger mulheres e jovens

Renata Giraldi Repórter da Agência Brasil
A uma semana da Cúpula do G20 (que reúne as 20 maiores economias do mundo), em Cannes, na França, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, enviou uma carta aos chefes de Governo e de Estado apelando para que o combate à pobreza e a proteção a mulheres e jovens sejam discutidos. Ele admitiu que a questão da crise econômica internacional dominará os debates, mas pediu que as conversas sejam ampliadas.
O secretário-geral lembrou que a crescente insegurança econômica mundial e o aumento da desigualdade social atingiram ponto crítico. Ban Ki-moon ressaltou ainda ser fundamental estimular o desenvolvimento de economias sustentáveis para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas, por exemplo.
A presidenta Dilma Rousseff confirmou presença nas reuniões do G20, nos próximos dias 3 e 4, em Cannes. Para ela, é essencial que os países se unam em favor de ações comuns para combater os efeitos da crise econômica mundial. Segundo a presidenta, o combate à fome e à pobreza devem fazer parte dos debates na França.
Ontem (26), a ministra das Relações Exteriores da Colômbia, María Angela Holguín, defendeu que todos os países latino-americanos se unam na tentativa de reagir coletivamente aos impactos causados pela crise econômica internacional.
Para Holguín, a melhor alternativa é ampliar os acordos bilaterais e multilaterais. A chanceler veio ao Brasil para intensificar parcerias nas áreas de tecnologia, educação e de combate à violência e à exploração sexual.
Edição: Talita Cavalcante

31/10/2011 - Inca divulga novas recomendações para tratamento do câncer de mama

(O Estado de S. Paulo) O Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgou uma lista com novas recomendações para o controle da mortalidade do câncer de mama. Entre as medidas, estabelece em 3 meses o prazo máximo entre o diagnóstico de tumor e a cirurgia e fixa o período para o início das terapias complementares, como químio e radioterapia - entre 60 e 120 dias após o tratamento inicial. A divulgação faz parte das ações da instituição no âmbito da campanha Outubro Rosa, movimento internacional que busca chamar a atenção para a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama.

As sete recomendações divulgadas pelo Inca não têm força de lei, mas se forem seguidas pelas secretarias municipais e estaduais de saúde e pelos consultórios particulares têm potencial para reduzir a mortalidade e melhorar a qualidade de vida das pacientes com tumores de mama. Esse é o tipo de câncer que mais mata na população feminina - 12 mil mulheres morrem por ano em decorrência da doença.

Segundo o Inca, toda mulher deve ter seu diagnóstico complementado com a avaliação do receptor hormonal. "A maior parte dos tumores de mama são alimentados pelo hormônio feminino. No exame do tumor como um todo, o patologista identifica a presença ou não do receptor hormonal. E este receptor está presente em 70 a 80% dos casos", explica José Bines, responsável pelo grupo de tumor de mama do Inca.

O Inca também recomenda que as mulheres com câncer de mama sejam acompanhadas por equipe multidisciplinar de especialistas (oncologista, cirurgião, radioterapeuta, enfermeiros, psicólogo) e tratadas em ambiente acolhedor, com acesso a cuidados paliativos. Os hospitais também devem ter Registro de Câncer em atividade, serviço que permite coletar informações para monitorar e avaliar a qualidade do tratamento oferecido às pacientes.

Leia essa matéria na íntegra: Inca anuncia novas recomendações para tratamento do câncer de mama (O Estado de S. Paulo - 31/10/2011)

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danicamaycamacho_erikdecastro_reuters(O Estado de S. Paulo/Folha de S.Paulo/Estadão.com) Danica May Camacho, que nasceu pouco antes da meia-noite de 30 de outubro em Manila, nas Filipinas, foi escolhida como "habitante mundial de número 7 bilhões" pela ONU, para ilustrar o crescimento demográfico mundial. Indo muito além das comemorações, esse momento simbólico exige reflexões profundas sobre a capacidade do planeta de se sustentar: "em 2100, população será de 10 bi, com dez países respondendo por metade do avanço. (...) Se, para alguns, são os países pobres que ameaçam sobrecarregar o planeta por causa de suas altas taxas de fecundidade, para outros, a principal responsabilidade é dos países ricos e seus atuais padrões de consumo. No Maláui, por exemplo, a taxa de fecundidade supera a média de seis filhos por mulher. Nos EUA, está próxima de dois. No entanto, um único americano impacta no aquecimento global o equivalente, segundo a ONG Global Footprint Network, a 11 habitantes do Maláui." - Agora somos 7 bi (Folha de S.Paulo - 30/10/2011)
Digite a data de seu aniversário e descubra quantas pessoas existiam no mundo quando você nasceu

Leia as análises de alguns especialistas:

Visão otimista do demógrafo José Eustáquio Diniz Alves, professor da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE: "Existem duas boas noticias acompanhando esses números. A primeira é que a população mundial cresceu, aumentando conjuntamente a esperança de vida, que era de 48 anos no quinquênio 1950-55 e passou para 68 anos no período 2005-2010. A segunda é que o ritmo de crescimento demográfico está em declínio e existe grande probabilidade de a população mundial se estabilizar na segunda metade do século 21. (...) A mudança na estrutura etária, em geral, traz um bônus demográfico que pode ajudar na redução da pobreza no mundo. Mas essa janela de oportunidade só será aproveitada se mudar o modelo de produção e consumo que tem provocado o aumento da pegada ecológica da humanidade." - Esperança de vida sobe junto com a população, por José Eustáquio Diniz Alves (Folha de S.Paulo - 30/10/2011)

Visão pessimista de George Martine, doutor em demografia e ecologia pela Universidade Brown: "A população é diferenciada não somente por idade, sexo, tamanho, cor, residência e ocupação, mas também por níveis de renda e consumo. Precisamos de uma demografia da sustentabilidade que trate de qualificar consumidores, e não de contar pessoas equivalentes ou intercambiáveis. O que assusta mesmo é que o aumento de consumidores é muito mais rápido que o de pessoas. Movido pela cultura do consumo, o nosso modelo de desenvolvimento, eficaz e sedutor, incorpora milhões de novos consumidores anualmente. (...) Reduzir o crescimento populacional ajudaria? Pode ajudar, sem dúvida. Mas a solução fácil do "controlismo" engana, pois famílias menores tendem a consumir mais per capita." - Consumismo é maior ameaça à sustentabilidade, por George Martine (Folha de S.Paulo - 30/10/2011)

Outro otimista: para o o demógrafo holandês Ralph Hakkert, do Fundo de População das Nações Unidas, por volta de 2050 o número vai se estabilizar em torno dos 9 bilhões. "Não só porque as mulheres terão mais acesso aos métodos contraceptivos, mas porque a África passará por um processo muito acentuado de urbanização, o que deve desencorajar a fecundidade do continente mais animado a se multiplicar", diz a entrevista com o especialista. Leia a seguir trechos selecionados:
"O que o leva a achar que a redução da fecundidade será mais rápida? Primeiro, a urbanização. Segundo, o nível de acesso que as mulheres têm à saúde reprodutiva e aos métodos contraceptivos. Terceiro, as oportunidades que surgem para as mulheres no mercado de trabalho, o que as estimula a ter menos filhos. 
Como se lida com barreiras culturais quanto ao planejamento familiar? Na África Subsaariana elas são muito fortes, não?Sim, as pessoas na África Subsaariana querem muitos filhos porque isso é visto como fonte de riqueza. Mas isso tende a mudar. A África é o continente que terá o maior ritmo de urbanização nas próximas décadas. Isso impactará o crescimento das populações. Elas vão depender de mais atividades econômicas urbanas e as mulheres terão mais oportunidades de trabalho. Mas veja outros fatores, como a religião. Antigamente se dizia que ela favorecia a existência de famílias grandes. Contudo, os países de fecundidade mais baixa no mundo, Itália e Espanha, são predominantemente católicos. No Irã, apesar da força da cultura muçulmana, houve uma queda recente e rápida.
Leia na íntegra: Pra onde vai esse trem?, entrevista com Ralph Hakkert (O Estado de S. Paulo - 30/10/2011)

Veja também:
O espectro de Malthus, editorial (Folha de S.Paulo - 30/10/2011)
'Bônus bebê' e 'filho único' são exemplos de controle populacional (G1 - 30/10/2011)
Cada pessoa nova é um fardo para o planeta, diz movimento da extinção (G1 - 30/10/2011)
Envelhecimento da população mundial preocupa pesquisadores (G1 - 30/10/2011)
"Alguns analistas aplicam a essa evolução o termo bomba demográfica. O demógrafo José Eustáquio Alves, da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE, no entanto, vê no adjetivo crítica indevida, à medida que a enorme multiplicação de gente resulta de objetivos positivos fortemente perseguidos: queda da mortalidade infantil e aumento da expectativa de vida (30 anos, em 1900; 69, hoje). Mas não dá para ignorar o acirramento de dificuldades atreladas ao surgimento de tantos novos consumidores." - Somos 7 bilhões, por Celso Ming (Estadão.com - 29/10/2011)
"Entre as razões para não ter planos de ter mais filhos, Beatriz aponta os custos e a dificuldade em conseguir vaga em creches. Hoje, ela paga para cuidarem dos filhos." -Número de crianças entre 0 e 4 anos cai na periferia de São Paulo (Folha de S.Paulo - 30/10/2011)
É preciso haver mais planejamento para famílias, diz ONU (Folha de S.Paulo - 27/10/2011)
População do Brasil deve ultrapassar os 200 milhões até 2015, entrevista com Fernando Albuquerque, do IBGE (O Globo - 27/10/2011)

Indicação de fontes

José Eustáquio Diniz Alves – demógrafo
Professor titular do mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais  da Escola Nacional de Ciências Estatísticas - ENCE/IBGE
(21) 2142.46 89 / 2142.4696 / 9966.6432 -  jedalves@ibge.gov.br

Margareth Arilha – psicóloga, pesquisadora NEPO/Unicamp e membro da CCR – Comissão de Cidadania e Reprodução
(11) 5575.7372 - arilha@hotmail.com

Télia Negrão – jornalista e secretária executiva da Rede Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos
(51) 3212.4998 / 8100.3878 - teliabr@gmail.com 

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Cenas de violência contra mulher em novelas aumentam denúncias de agressões, diz delegada


A constatação é confirmada pela delegada do 2ª DDM (Delegacia da Mulher de São Paulo), Jordana Rueda Amorim: “Em época de novelas que abordam o tema, o número de denúncias aumenta”.

Após as novelas “Mulheres Apaixonadas” e “A Favorita”, a temática da violência contra a mulher volta à tona na novela das nove, “Fina Estampa”.

Ao se verem na TV, as vítimas deixam de se sentir um caso isolado
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Wânia Pasinato 
– socióloga e pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência da USP
(11) 3091.4951 / 9263.8365 - waniapasinato@uol.com.br
“Quando o tema é abordado na novela faz com que as vítimas deixem de se sentir um caso isolado e procurem alternativas para sair da situação de violência. Em geral, essa atitude repercute diretamente no aumento de ocorrências nas delegacias. 

Mas é fundamental que a novela avance no debate, para que não haja o falso entendimento de que violência doméstica é só caso de prisão. A mulher tem de denunciar estando ciente de que seu caso não é só de polícia. Ela tem direitos, como apoio psicológico e orientação jurídica. A Lei Maria da Penha prevê, inclusive, centros de atendimento ao agressor, serviço que infelizmente ainda não está sendo implantado como previsto na Lei.”

A novela atinge mulheres que ainda desconhecem seus direitos
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Roseli Goffman 
– psicóloga do Conselho Federal de Psicologia e coordenadora de mobilização e organização do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação
(61) 2109.0146 - roseligoffman@gmail.com
“A influência das novelas na produção de subjetividade, se são assistidas por crianças e adolescentes, precisa ser continuamente debatida. Depois de exibir a passividade da mulher agredida durante todos os capítulos, a novela Fina Estampa tem a responsabilidade social de exibir ao telespectador essa mulher no alcance dos seus direitos, em seu processo de abandono da passividade para poder recorrer aos recursos que a sociedade lhe oferece e sair da situação de violência. 

A televisão é uma rede social que influencia e modela comportamentos e a novela pode produzir uma identificação, não com a mulher que sofre passivamente, mas com aquela que reage à violência ao ser contemplada por seus direitos. Além disso, a audiência das novelas chega a 40% dos brasileiros e, portanto, atinge mulheres que ainda desconhecem seus direitos. Os autores precisam ser assessorados pelos grupos que tornam legítimos os direitos humanos no país para poder transmiti-los.”
A Ministra Iriny Lopes preocupada , enviou um ofício à Rede Globo demonstrando preocupação em relação ao personagem Baltazar - interpretado por Alexandre Nero - que na novela "Fina Estampa" humilha e bate na mulher Celeste, vivida pela atriz Dira Paes.No documento, a ministra Iriny Lopes sugere à emissora e ao autor da novela, Aguinaldo Silva, que Celeste procure a Rede de Atendimento à Mulher, pelo telefone 180. É sugerido também que Baltazar seja encaminhado aos centros de reabilitação previstos na Lei Maria da Penha.
"A ficção tem força para alertar a sociedade contra esse mal que aflige milhares de mulheres", enfatiza a ministra. "São comuns os casos de mulheres agredidas que não denunciam os companheiros."

O autor da novela "Fina Estampa", Aguinaldo Silva, reage de forma muito estranha e deselegante ao documento da SPM enviado a Rede Globo, o auto critica a sugestão da ministra  e ironiza. " Ela que ser corroteirista" em "fina estampa", afirma.
"Ira-ny (sic), a insaciável, agora quer ser corroteirista de " Fina Estampa". E eu não estou brincando, escrevo.No texto, a ministra mostra preocupação com o personagem Baltazar(Alexandre Nero), que bate na mulher, Celeste(Dira Paes). Sugere que ela busque a Rede de atendimento a Mulher, pelo telefone 180, e que ele seja enviado a um centro de reabilitação.

A Rede Globo divulgou carta à ministra em que diz que vê o ofício não como "tentativa de coibir a liberdade de expressão, mas uma colaboração". Afirma que já houve parceria em campanha sobre violência contra a mulher em "Mulheres Apaixonadas", que o tema está em "Fina Estampa", mas não antecipará desdobramentos "para não frustrar os telespectadores".

Fonte: Folha de São Paulo, UOL e Agência Patricia Galvão.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A Prefeitura de Belém adere a campanha Mundial do Outubro Rosa e o Palácio Antonio Lemos recebe um laço rosa como simbolo da Luta contra o Câncer de mama.


A Prefeitura de Belém adere a campanha Mundial do Outubro Rosa e o Palácio Antonio Lemos, na praça D. Pedro II sede da prefeitura, recebe um laço rosa como simbolo da Luta contra o Câncer de mama. Movimento popular que busca sensibilizar as pessoas em todo o mundo sobre a importância dos exames de prevenção ao câncer de mama. A iniciativa integra as ações do outubro rosa, movimento mundial pela conscientização para a detecção precoce do câncer de mama. 
A prefeitura  de Belém através da COMBEL/GABINETE DO PREFEITO,SESMA,FUMBEL,FUMBE,SEMEC,SEJEL,SEMMA,SEMAD,EGP em parceria com IFMSA UFPA, vem realizando, diversas ações como palestras, blitz, distribuição de material educativo ,decoração em repartições públicas , empresas privada,com os laços  e cartazes cor-de-rosa, símbolo da campanha.
Os servidores recebem  nesta terça feira 25 de outubro, laços de tecido para serem anexadas no peito.
A Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) também vem organizando diversas atividades nas UMS e Casa da Mulher, de conscientização para prevenção e rastreamento do câncer de mama, intensificando as ações de 23 a 30 de Outubro, com palestras, exame clinico das mamas e distribuição de materiais informativos dentre outros. Entre as ações está a ampliação do acesso ao exame de mamografia, que poderá ser solicitado, agora, por médicos da Saúde da Família e não apenas por especialistas dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). 
No ultimo domingo,23 de outubro, na Praça Batista Campos a COMBEL, e IFMSA comitê de Medicina da UFPA e UEPA,distribuíram material educativo e  fizeram abordagem as pessoas que lá circulavam alertando para a necessidade de uma avaliação medica ou com profissional capacitado  e onde buscar atendimento.
Nesta segunda feira dia 24 de outubro, a farmácia Big Ben da Padre Eutiquio e Serzedelo , supermercado Yamada da av. Nazaré, também aderiram a campanha, afixando os cartazes e seus funcionários usaram o laço rosa no peito. 
Origem da Campanha Outubro  Rosa
O Outubro Rosa foi criado nos Estados Unidos, em 1997. O nome remete à cor do laço rosa que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama. Com o passar dos anos, vários países aderiram à causa. No Brasil, o movimento chegou em 2002. O movimento Outubro Rosa cresce a cada ano, e as iniciativas de luta contra o câncer de mama e a importância do diagnóstico precocejá estão em andamento em diversas cidades pelo mundo.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de mama é o segundo tipo mais freqüente no mundo e o mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano. Se diagnosticado e tratado oportunamente, o prognóstico é relativamente bom.
No Brasil, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estágios avançados. Na população mundial, a sobrevida média, após cinco anos, é de 61%. A incidência é maior em mulheres acima de 35 anos e as estatísticas apontam aumento de sua incidência tanto nos países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento
Conforme o Inca, em 2008, 11.860 pessoas morreram de câncer de mama no Brasil, sendo 11.735 mulheres e 125 homens. E a estimativa de 2011 era de 49.240 novos casos da doença no País
"A Campanha Outubro rosa Câncer de Mama Entre de peito nessa luta, não é só destinada as mulheres, mas também as pessoas que com elas convivem, visando conscientizar sobre a importância da detecção precoce da doença Se diagnosticado e tratado oportunamente, as perspectivas de cura são maiores.
Mulheres! É preciso cuidar da sua saúde, prestar atenção ao seu corpo e, principalmente, ter acompanhamento médico". Afirma Kendra Botelho, Coordenadora da Coordenadoria da Mulher de Belém-COMBEL.


Senegal combate mutilação feminina


(Folha de S.Paulo/The New York Tomes)
"O movimento para pôr fim à mutilação genital vem se alastrando pelo Senegal em ritmo crescente através dos mesmos laços de família e etnia que antes o fortaleciam. Comum em muitos países africanos, a prática vem perdendo força neste território."

"No Senegal, o grupo Tostan -o nome significa "avanço" em uolofe, a língua dominante no país- vem exercendo um impacto importante com seu programa educacional que destaca os perigos da prática, ao mesmo tempo em que toma o cuidado de não qualificá-la como barbaridade, como fazem ativistas ocidentais."

"O Parlamento senegalês proibiu oficialmente a prática mais de uma década atrás."


Leia matéria completa: Senegal combate mutilação feminina (Folha de S.Paulo - 24/10/2011) 

Prostituição na BR-101 impulsiona gravidez de jovens no Nordeste


UOL Notícias) Embora a gravidez entre adolescentes venha caindo no Brasil nos últimos 15 anos, há diferenças regionais significativas. Enquanto Sul, Sudeste e Centro-Oeste mostram uma redução absoluta nos números, as regiões Norte e Nordeste apresentaram uma alta de 58% e 55%, respectivamente, bem acima do aumento populacional.

Em 15 anos, o número de jovens com até 19 anos que engravidaram caiu proporcionalmente no país. Em 1994, 504 mil crianças e adolescentes tiveram filhos, em 2009 foram 574 mil, o que representa um crescimento da gravidez juvenil da ordem de 13% no período - pouco mais da metade do aumento da população até 15 anos, que chegou a 24%.
Gravidez adolescente aumenta às margens da BR-101
E é no Nordeste que os números apontam que a gravidez na adolescência caminha lado a lado com a prostituição às margens das rodovias, em especial a BR-101, a mais movimentada da região. O site UOL Notícias analisou os dados de todos os municípios nordestinos cortados pela rodovia, que liga as capitais de seis dos nove Estados da região –BA, SE, AL, PE, PB e RN. Em mais de 80% dos casos, esses municípios apresentaram índices de gravidez na adolescência maiores que a média do respectivo Estado. O problema ainda é mais grave nas cidades das divisas e naquelas consideradas dormitórios.
No final de 2010, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) publicou um estudo onde identificou 1.820 pontos de prostituição de crianças e adolescentes nas rodovias brasileiras. Desses, a maioria –545 ao todo– estava no Nordeste. Por questões estratégicas, a PRF não informou os locais com principais focos de atuação dos criminosos.
Dados pelos Estados
Acesse o site do UOL Notícias para navegar no infográfico
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Especialistas veem relação
Segundo a coordenadora do Instituto Childhood, Rosana Junqueira, a prostituição infanto-juvenil ainda se caracteriza como um problema "grave" nas rodovias brasileiras. Segundo ela, apesar do aperto da fiscalização nos últimos anos, o crime é dinâmico e migra de local para despistar a atuação das autoridades.
Para Junqueira, regiões pobres e com rodovias movimentadas, como a BR-101 no Nordeste, podem agravar o problema. "Percebemos que esse tipo de crime muda de lugar e de atuação. Existem dois tipos de casos: de adolescente que procuram e de adolescentes que são aliciadas. Às vezes a jovem tem essa cultura na própria família. E existe uma tendência de esses casos ocorrerem em regiões mais pobres”, disse.
Acesse a matéria completa: Números apontam que prostituição na BR-101 pode impulsionar gravidez de jovens no Nordeste (UOL Notícias - 24/10/2011)
Leia também: Portugal: Crise joga mulheres na prostituição (InterPress Service - 18/10/2011) 

OAB pede retirada de site com ofensas a estudante que teve braço quebrado por recusar beijo

(UOL Notícias) Além de ter o braço quebrado em uma boate em Natal após se recusar a beijar o comerciante Rômulo Manoel Lemos do Nascimento, a estudante de direito Rhanna Umbelino Diógenes está sendo vítima de agressão virtual em um site apócrifo, de supostos amigos do agressor. Família e OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) pediram a retirada da página do ar, que possui conteúdos racistas e discriminatórios, além de incitar à violência contra a mulher. O site está hospedado em servidor no exterior, mas está sujeito às leis brasileiras, dizem especialistas.
“Nosso amigo Rômulo Lemos não merece esse tipo de perseguição midiática, pois apenas fez bem em quebrar o braço de uma baladeira que rejeita o homem branco; agora ela fica se vitimizando na internet e na mídia – com o intuito de conseguir fama nacional”,afirma o site, que diz ainda que Rômulo está sofrendo perseguição nacional e assinala que“enquanto vagabundas estiverem em circulação, torço para que haja mais ‘Rômulos Lemos’ para contê-las, pois mulher merece apanhar”.
Diante das ofensas e frases racistas, advogados da estudante já ingressaram com pedido de investigação no MPF (Ministério Público Federal) no Rio Grande do Norte para que descubra o responsável pela página e peça a retirada do conteúdo da internet. “É um crime um site daquele está na internet. É uma agressão e uma ofensa à sociedade. Ele não só agrediu minha filha como outras pessoas e cometeu vários crimes federais como racismo a nordestinos e apoio a estupros, entre outras atrocidades”, disse o pai da jovem, Kennedy Diógenes.
O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) no Rio Grande do Norte, Paulo Eduardo Teixeira, afirmou que está endossando a representação dos advogados de Rhanna no MPF e informou que nesta quinta-feira (20) o conteúdo do site será discutido no Conselho Seccional da OAB. Teixeira disse que vai cobrar dos órgãos competentes que sejam aplicadas as penalidades cabíveis para o autor do site, além da retirada da internet.
Teixeira analisou o conteúdo do site e destacou conteúdos racistas e discriminatórios, além de incitação à violência contra a mulher. A página está hospedada em servidor no exterior, mas está sujeito à lei brasileira. - Site que estimula agressão a mulheres brasileiras se esconde nos EUA (R7 Notícias - 21/10/2011)
Para ele, o conteúdo extrapola os direitos humanos, além do direito individual e coletivo. “Entendo que aquilo ali é uma violação aos direitos humanos. O conteúdo é bastante ofensivo por incitar a violência contra a mulher, os nordestinos. Rhanna é mais uma das vítimas desse site difamador, e ele tem de ser tirado do ar. Vamos tomar todas as medidas necessárias para coibir essa prática criminosa”, informou.

Leia a reportagem completa: Site defende rapaz que quebrou braço de jovem em Natal e diz que "mulher é para apanhar" (UOL Notícias - 19/10/2011)

Vagões exclusivos para mulheres são atestado da violência sexista


O Estado de S. Paulo) Vagões exclusivos para mulheres "são um atestado público de sexismo e desigualdade", opina Debora Diniz, antropóloga e professora da Universidade de Brasília. A autora afirma que a existência desses vagões deve estimular a busca de alternativas eficazes contra a violência de gênero. Leia trechos selecionados:
"O recente caso de uma estudante de 21 anos molestada por um advogado no metrô de São Paulo denuncia o chikan (palavra em japonês para voyeur, abusador, tarado do metrô, em tradução da autora) paulistano. Um trem lotado e uma mulher jovem o encorajaram a agir. A moça desmaiou de pânico."

"Já ouvi a tese de que o vagão feminino seria um privilégio indevido em uma sociedade que não discrimina homens e mulheres. Esse é um falso e superficial julgamento sobre as razões para a segregação espacial no transporte."

"Os vagões para as mulheres são a institucionalização do medo, o reconhecimento da persistência da violência sexista. Resolvem a desigualdade pela proteção que segrega. Para uma mulher não ser importunada ou violada por um chikan, a saída seria resignar-se à segregação. Não somos bem-vindas em todos os espaços, pois somente no vagão para as mulheres estaríamos livres dos abusadores. Há uma lógica perversa na proteção pela segregação: parte-se da certeza de que o sexismo é a regra, a violência dos homens contra as mulheres deve ser suportada e a melhor forma de proteger as mulheres é afastá-las do convívio universal no espaço público."
"O vagão para as mulheres deve ser um anúncio público do sexismo, deve nos envergonhar por denunciar a desigualdade e a violência e, o mais importante, deve nos provocar a encontrar alternativas mais eficientes para romper com a violência de gênero."
Leia artigo completo: Privilégio à custa de assédio, por Debora Diniz (O Estado de S. Paulo - 23/10/2011)

Assédio é humilhação e não tem graça nenhuma, diz vítima de violência no metrô


Folha de S.Paulo) Assediada no Metrô ataca quadro do 'Zorra Total'. 'Só quem já sentiu na pele a humilhação de ter um sujeito se esfregando contra seu corpo sabe a tristeza que é', diz jovem de 21 anos, que acusa advogado de tê-la atacado sexualmente em trem do metrô de São Paulo.

"A gente que trabalha sabe o empurra-empurra que é pegar o metrô na ida e na volta, e ainda por cima no horário de pico. Aí, eles põem essa brincadeira ridícula. Só quem já sentiu na pele a humilhação de ter um sujeito se esfregando contra o seu corpo sabe a tristeza que é. Tem gente que acha engraçado, mas eu, se eu pudesse, tirava [o quadro] do ar", disse X, em entrevista exclusiva à repórter Laura Capriglione, do jornal Folha de S.Paulo. 

Pesquisa revela ação inadequada para prevenção do assédio no MetrôNo final de 2004, o próprio Metrô de São Paulo realizou pesquisa com usuários para avaliar, entre outros quesitos, as ações da companhia para prevenir o assédio sexual nos trens. Para 21% dos entrevistados, nada era feito -serviço considerado inaceitável-; 45% disseram que a companhia só agia quando a vítima conseguia informar um funcionário -nível considerado inadequado.

Sete anos depois, o Metrô alega não dispor de dados atualizados sobre os níveis de satisfação (ou insatisfação) em relação à prevenção de assédio em suas dependências. Em nota, a empresa afirma que, de janeiro a setembro de 2011, foram registrados na Delpom dez casos de ato obsceno e 43 casos de importunação. "No mesmo período, o Metrô transportou 807 milhões de passageiros."

Subnotificação decorre do constrangimento e desassistência
Para Marisa Mendes, diretora do Sindicato dos Metroviários, o que há é uma "imensa subnotificação, porque as mulheres molestadas se sentem humilhadas e desassistidas demais". Segundo a sindicalista, os ataques decorrem da superlotação dos trens e da falta de investimento em segurança, que poderia intimidar os assediadores.

Marisa responsabiliza também o que chama de "banalização do assédio, propiciada por um tipo de humorismo que faz graça com a dor das mulheres". Refere-se ao quadro do "Zorra Total". 

Emissora diz que não alterará quadroProcurada pela reportagem da Folha, a Central Globo de Comunicação não quis responder às críticas feitas ao quadro do "Zorra Total", e informou que "não vai alterar em nada" o seu conteúdo.
Leia a reportagem na íntegra:
Assediada no metrô ataca o 'Zorra Total' (Folha de S.Paulo - 23/10/2011)
Emissora diz que não alterará quadro; acusado afirma inocência (Folha de S.Paulo - 23/10/2011)

Mulheres são metade das candidaturas na Tunísia, mas isso não garante equidade


(O Estado de S. Paulo) As eleições para uma nova Assembleia Constituinte na Tunísia terão uma das maiores participações femininas de qualquer pleito no Oriente Médio. Contudo, apesar de o país destacar-se no mundo árabe em igualdade de gênero, ativistas tunisianas avaliam que o cenário atual não garante sua liderança na política.

A legislação eleitoral garantiu 50% das candidaturas às mulheres, mas apenas 6% das mais de 1 mil listas são encabeçadas por elas. Como, em muitos casos, apenas o primeiro na lista terá um assento, a nova Assembleia deverá ser dominada por homens.
Com isso, a Associação Tunisiana para Mulheres Democráticas teme que direitos conquistados pelas mulheres na Tunísia, um dos países mais progressistas do mundo árabe nas questões de gênero, não serão explicitamente considerados na nova Constituição, que será escrita pela Assembleia.
A Tunísia está entre os poucos países árabes que permitem às mulheres ocupar postos de alto escalão do Judiciário e atuar no governo ou em setores como medicina e até nas forças de segurança. Elas ocupam 55% das vagas nas universidades.
A Tunísia modernizou-se após a independência, em 1956, liderada por Habib Bourguiba. Ele tornou ilegal a poligamia, deu às mulheres o direito ao divórcio e determinou igualdade de direitos para ambos os sexos.
"Existe uma obrigação que é conseguir os melhores resultados. Paridade (de gênero) é uma coisa, mas a realidade (atual) é outra", diz Nejib Chebbi, o fundador do Partido Democrático Progressista, que se coloca como o guardião dos valores seculares contra os candidatos dos partidos islâmicos.
Agencia Patricia Galvão
Leia na íntegra: Grande participação de candidatas marca votação (O Estado de S. Paulo - 23/10/2011)

Terra/O Globo) Primeira mulher a ser reeleita presidente na América Latina, a argentina Cristina Kirchner conquistou uma vitória esmagadora com 53,96% dos votos, após a apuração de 98% das urnas, o maior triunfo desde o retorno da democracia em 1983. A vitória foi garantida com ampla margem em relação a seus concorrentes - como o socialista Hermes Binner e Ricardo Alfonsín, União Cívica Radical, que obtiveram, respectivamente 16,87% e 11,15% dos votos.
Critina Kirchner é também a primeira mulher reeleita na história da Argentina, para um mandato até 2015, e registrou o maior número de votos desde a redemocratização, superior aos 51% de Raúl Alfonsín em 1983.

Mulheres argentinas conquistam espaço na políticaA participação das mulheres na política argentina a cada dia vem ganhando maior importância. Isso ficou evidente ao longo de toda a campanha para as eleições presidenciais, legislativas e provinciais realizadas neste domingo. Além do destaque obtido nos últimos anos pela candidata à reeleição presidencial, Cristina Kirchner, as mulheres têm participação substancial nas listas de deputados dos principais partidos e na disputa por outros cargos no Executivo.

Na lista de candidaturas a deputados nacionais por Buenos Aires da Frente para a Vitória, o partido do governo, três dos sete primeiros são mulheres. Já na União para o Desenvolvimento Social, uma das principais coligações de oposição ao atual governo, dois dos cinco principais candidatos são do sexo feminino.
Além disso, há mulheres que concorrem à presidência e vice-presidência. Entre as primeiras, além da atual presidente, está Elisa Carrió, da Coalizão Cívica, que atualmente é deputada nacional. Na disputa a vice-presidente, está Norma Morandini, senadora pela província de Córdoba.
Com cotas, Argentina é destaque mundial
A participação de mulheres na política argentina começou a se intensificar principalmente a partir da lei aprovada há duas décadas, que estabelece uma cota de no mínimo 30% de mulheres entre o total de candidatos ao Legislativo. Hoje a presença de mulheres na Câmara de Deputados é de 38%.
Assim, a Argentina situa-se entre os 12 países no mundo com maior participação feminina no Parlamento. O Brasil está muito distante, com as deputadas representando cerca de 10% do total de parlamentares.

Mudanças provocadas por mulheres
A presença feminina proporciona a inclusão de novos temas na pauta do Congresso e permite novos olhares sobre assuntos que já vinham sendo discutidos. A candidata a deputada María del Carmen Bianchi explica que, nos últimos anos, houve um grande avanço em políticas direcionadas às mulheres. "Modificaram-se partes do código civil, do código penal, do código de família, além de várias legislações de segunda linha que não permitiam o reconhecimento da mulher em igualdade de condições", destacou a candidata.
Leia a matéria completa: Mulheres têm lugar de destaque na campanha eleitoral argentina (Terra - 22/10/2011)

http://oglobo.globo.com/economia/mat/2011/10/24/cristina-kirchner-vence-com-54-dos-votos-so-perde-em-uma-provincia-925640412.asp#ixzz1bic0wCrN

domingo, 23 de outubro de 2011

Mulheres continuam na luta contra a opressão e a exploração. Uma realidade que ainda precisa ser mudada

O dia 25 de outubro
Foi instituído pela ONU (Organização das Nações Unidas) como o dia internacional contra a exploração da mulher.
Desde os mais antigos tempos que as diferenças sociais entre mulheres e homens são grandes, sendo os homens considerados mais capacitados que as mesmas, além de possuírem mais direitos
Com o passar dos anos, houve uma luta travada pelos direitos da mulher, e essa passou a participar dos processos de eleições, trabalhar fora de casa, ter registro em carteira e direitos trabalhistas
No Brasil, esses direitos foram conquistados no governo de Getúlio Vargas, em 1932, dando maior liberdade às mulheres e melhores condições de vida e trabalho para as mesmas.Pesquisas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelam que, no Brasil, a maioria da população é constituída por mulheres (51,2%).Segundo disposto pela Organização das Nações Unidas, os direitos entre homens e mulheres são os mesmos, não devendo ser levados em conta a etnia, religião, língua, etc., mas não é isso que se vê na prática.
As mulheres não são respeitadas por suas capacidades, são desvalorizadas no seu trabalho, não recebem salários iguais aos dos homens, são vítimas de assédio moral e sexual, além disso, sofrem preconceitos de todos os tipos.
As mulheres trabalham muito mais que os homens, pois além de trabalhar fora para ajudar no sustento da família, ainda prestam serviços dentro de casa, sendo responsáveis pelo funcionamento organizado do lar, da educação dos filhos, etc.
Uma das maiores conquistas das mulheres foi a invenção da pílula anticoncepcional, na década de 60, dando liberdade sexual às mesmas, podendo controlar a gravidez.Com tantas conquistas e direitos, ainda ficou comprovado que a mulher por si só não seria capaz de defender seus direitos. Dessa forma, a ONU criou uma convenção específica, a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, adotada pela Assembléia Geral, que entrou em vigor a partir de 1981.
No documento são especificados: igualdade entre os sexos, os direitos humanos, as liberdades fundamentais, as necessidades políticas, econômicas, sociais, culturais, civis, etc., a fim de fortalecer a classe.

Uma realidade que ainda precisa ser mudada
Em diversas questões pode-se verificar que, sob  o capitalismo, a vida da mulher ainda é marcada pelo sofrimento, desigualdades e pobreza.
A violência perpetrada à mulher, na maioria das vezes de dentro de seu próprio lar, é uma realidade dolorosa. Dois exemplos podem exemplificar  essa situação. No dia 20 de janeiro de 2010, Maria Islaine de Morais, 31 anos, foi assassinada pelo ex-marido, Fábio W. da Silva, 30 anos. O crime ocorreu em BH, diante das câmeras instaladas no salão de beleza de sua propriedade e na presença de mais três mulheres, após ameaças constantes à Maria Islaine e uma bomba jogada na porta do salão há quatro meses antes. Em Belém (PA), também em janeiro de 2010, uma jovem foi violentamente espancada, tendo sua face deformada, e recebeu um tiro na medula espinhal que a deixou paraplégica pelo simples fato de ter reagido ao assédio sexual de um policial, em uma festa na periferia da cidade.
A ausência de direitos básicos é outra questão que mostra as dificuldades pelas quais ainda passa a mulher trabalhadora. A licença maternidade é uma delas. A garantia da licença maternidade de no mínimo seis meses deve ser assegurada a todas as trabalhadoras, sem nenhum benefício à patronal, garantida pelo estado e estendida aos pais, que devem fazer parte da educação dos filhos.
Hoje, mais de 69% das mulheres que trabalham estão localizadas nas pequenas e médias empresas e/ou em empregos precarizados e não têm o direito à licença maternidade. No mercado formal grande parte delas tem somente quatro meses de licença maternidade, ainda que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, o tempo mínimo necessário é de seis meses.
O governo Lula sancionou no dia 10 de setembro de 2008 a extensão da licença maternidade de quatro  para seis meses, propondo que essa isenção seja facultada às empresas. Isto é, sujeita à negociação entre os patrões e as trabalhadoras, bem como garante a isenção fiscal no imposto de renda.
A previsão é de que o governo deixará de arrecadar de R$ 500 milhões a R$ 800 milhões ao ano com essas isenções. Vale ressaltar que as trabalhadoras do mercado informal, bem como as empregadas domésticas, não terão esse direito.
É preciso unificar todas as mulheres trabalhadoras e suas organizações e fazer valer esse direito que tanta luta tem custado e exigir de Lula e dos governos estaduais e municipais, bem como das empresas a imediata aplicação da licença maternidade de seis meses obrigatória.
O direito a creches é praticamente inexistente para a mulher trabalhadora brasileira. O Brasil tem 84, 5% de crianças fora das creches. Na região norte, esse índice é de espantosos 91,6%. Isso significa que as mulheres que não têm com quem deixar seus filhos. Mesmo que encontrem emprego, simplesmente não podem trabalhar.
A luta pelo emprego e sua manutenção, bem como o direito de ganhar salário igual ao do homem por uma mesma tarefa, também fazem parte do cotidiano da mulher. Matérias veiculadas em programas de TV mostram que, em 2010, a mulher já perdeu 5% do seu posto de trabalho e a mulher jovem sem qualificação, ao lado da mulher negra, são aquelas que mais sofrem com o desemprego e a pobreza.
A verdadeira situação da mulher trabalhadora e pobre é dada pelas cifras. As próprias instituições imperialistas (ONU, OIT, UNICEF, Banco Mundial) mostram como vivem as mulheres pobres e trabalhadoras pelo mundo afora.
As mulheres somam 70% dos 1,3 bilhões de pobres absolutos do mundo. Isto é assim mesmo que, segundo dados da ONU, o trabalho da mulher tenha um papel de primeira ordem já que entre o 50% e 80% da produção e comercialização de alimentos está em suas mãos.
No nível do trabalho, estima-se que o trabalho não remunerado da mulher no lar representa um terço da produção econômica mundial (ONU). Das mulheres em idade de trabalhar (fora do lar), apenas o fazem 54% contra 80% dos homens (OIT). As mulheres desempenham a maior parte dos trabalhos mal pagos e menos protegidos (OIT). As mulheres ganham entre 20% e 30% menos que os homens (OIT).
Em se tratando da educação, 2/3 dos 876 milhões de analfabetos do mundo são mulheres. Ao completar os 18 anos, as garotas têm em média 4,4 anos menos de educação que os homens da mesma idade. Dos 121 milhões de crianças não escolarizados no mundo, 65 milhões são meninas. (ONU, Unicef).
Já quanto à saúde, a cada ano morrem no mundo mais de meio milhão de mulheres em função de problemas acarretados pela gravidez e pelo parto, o que está diretamente relacionado ao nível  pobreza. Nos países coloniais e semicoloniais (agora conhecidos como países em vias de desenvolvimento), a taxa de mortalidade materna é de um a cada 48 partos. Em países europeus, como a Espanha, morrem 3,9 mulheres a cada 100 mil. Na Espanha 98% das mulheres recebem assistência durante a gravidez e o parto. Nos países coloniais e semicoloniais, 35% das mulheres não recebem atenção pré-natal; quase 50% dá à luz sem assistência especializada. As últimas estatísticas indicam que há mais mulheres que homens infectadas pelo vírus da AIDS.
Esse é o panorama da vida da mulher sob o capitalismo atual. Acreditamos que unindo os esforços , a organização e a luta podem mudar esse triste quadro.
No Brasil 55% das trabalhadoras informais são negras. Do conjunto de mulheres trabalhadoras negras, 57% são domésticas, sendo que 54,5% trabalham sem carteira assinada. Isso é dupla discriminação contra a mulher e mostra o sofisticado racismo no mercado de trabalho. Essa realidade é vivida com muito mais profundidade pelas mulheres negras do Haiti.  São elas as que ganham os salários mais miseráveis do mundo e que não têm direito algum.

Fonte: ANDES-SN
SPM/Patrícia Galvão/OIT