terça-feira, 27 de março de 2012

Mulheres querem mais participação e voz ativa nos debates da Rio+20 sobre o futuro do planeta

Agência Brasil) As mulheres querem entender os efeitos que as novas decisões dos governos de todo o mundo terão no seu dia a dia e também pretendem apresentar as alternativas que estão sendo construídas em contraponto a esse modelo.

Esse é o posicionamento que será levado pelas organizações representativas das mulheres na Cúpula dos Povos, evento que ocorrerá em junho, no Rio de Janeiro, paralelamente à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.

“Queremos dizer que nós, enquanto mulheres, estamos no centro da produção e da reprodução da vida. Temos que encontrar a maneira de garantir que esse centro seja fundamental e não a ganância e o consumo, que caracterizam o centro atual [de produção]”, disse à Agência Brasil Sandra Morán, da Marcha Mundial das Mulheres na Guatemala.
Sandra é uma das representantes de organizações internacionais de 20 países que estão definindo, no Comitê Facilitador Internacional da Sociedade Civil, a metodologia e sistemática dos debates da Cúpula dos Povos, na Rio+20.
As organizações levarão para a cúpula as experiências da Guatemala entre os povos indígenas e também as de outros países. "Queremos encontrar uma forma de mostrar que esse pensamento faz parte, agora, do mundo”. Sandra lamentou que o enfoque da conferência oficial da Rio+20 não seja esse e avaliou que o enfoque dado pelas Nações Unidas ao evento reforça um sistema que, para ela, “produz mais mortes do que vida”.
A Cúpula dos Povos será justamente o espaço para dar voz aos povos do mundo inteiro. “Que [a Cúpula] reconheça a voz das mulheres, para que nós nos articulemos e tenhamos a voz de quem faz a vida, desde as comunidades menores até a esfera global. Esse é o enfoque da Cúpula dos Povos: que tenha voz própria e articulação diante das propostas que os governos estão fazendo e que, não necessariamente, contemplam ações em benefícios dos povos”.
Na visão da representante da Marcha Mundial das Mulheres, os governos discutem como fortalecer o capital e não como promover o desenvolvimento sustentável e a vida no planeta. Também não está em pauta, por parte dos países, segundo Sandra, como enfrentar os desafios que as mudanças, inclusive climáticas, acarretam para todos os seres do planeta.
Fonte :Agência Patricia Galvão

MPF quer cumprimento de cota de candidatura feminina em São Paulo

  (Letícia Cruz, da Rede Brasil Atual) Mulheres são metade do eleitorado, mas não ocupam o percentual mínimo de 30% no Legislativo. Movimentos querem punição dos partidos que não cumprirem a determinação
O Ministério Público Federal vai enviar recomendação ao judiciário eleitoral do estado de São Paulo para que aplique em suas decisões a lei de cotas de participação feminina mínima de 30% nas candidaturas dos partidos nas eleições municipais deste ano. O encaminhamento foi dado pelo procurador eleitoral substituto André de Carvalho Ramos, durante audiência pública que tratou do tema hoje (23), na sede da Procuradoria Regional Eleitoral, no centro de São Paulo, com a presença de movimentos sociais e partidos. Apesar de representar metade do eleitorado brasileiro, as mulheres ainda são minoria no Legislativo. Presentes em lideranças de movimentos sociais, sindicatos e no Executivo, elas ainda encontram dificuldade em se candidatar e ganhar espaço político.
A moção, a ser deliberada em reunião com os procuradores regionais da República na próxima quarta-feira (28), será enviada aos 424 juízes eleitorais – sendo 366 no interior e 58 na capital – para que estes determinem aos partidos a obrigatoriedade de 30% de candidatas, e decidam a favor da lei nos casos de descumprimento. “Tenho convicção de que avançamos no debate”, afirmou o procurador.
Nas eleições de 2010, o índice de candidatura feminina para as vagas estaduais, federais e no Senado não atingiu 30%. Segundo Ramos, o percentual das candidaturas é monitorado por meio do sistema CandEX, formulado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) , de utilização obrigatória dos partidos para envio dos nomes dos candidatos.
As mulheres conquistaram há 80 anos, com restrições, o direito ao voto – passando a ser obrigatório e sem restrições somente em 1946. Com o protagonismo masculino na política, leis passaram a ser editadas a partir dos anos 1990 para garantir a presença do sexo feminino na política. Em 1997, a Lei 9.504 impôs a reserva de 30% das candidaturas por partido. A determinação, no entanto, não teve eficácia por ser interpretada como não obrigatória, sendo reeditada em 2009 para dar caráter impositivo à cota. O TSE determinou em agosto de 2010 a obrigação da cota mínima de candidatura feminina, que vale para as eleições de vereadores deste ano.
Representantes de movimentos sociais presentes na audiência, como a Marcha Mundial das Mulheres, pediram punição dos grupos políticos que não preencherem o percentual. Já os partidos afirmaram que cumprem a determinação na maioria dos municípios e, nos que ainda não alcançaram o índice de candidaturas, há mobilização das seções estaduais.
A secretária municipal de mulheres do PT de São Paulo, Vera Machado, levantou o debate da reforma política como instrumento para corrigir o problema da sub-representação feminina no Legislativo. “Com a reforma política se abre o debate. Ainda há uma série de questões que temos de enfrentar para um processo eleitoral mais democrático e politizado. Na nossa opinião, não há como falar do processo eleitoral sem debater a questão”, disse.
Segundo levantamento do Ibope-Instituto Patrícia Galvão, nove entre cada dez pessoas do universo pesquisado estariam dispostas a votar em mulheres para qualquer cargo. Ainda na pesquisa, 73% dos entrevistados afirmaram que a população brasileira seria beneficiada com mais mulheres na política.
“As mulheres têm conquistado leis e direitos. Todavia, o que vemos é que por mais que haja a conquista de tantas coisas no plano das ideias, nada disso tem se concretizado no plano material”, disse o presidente da Associação dos Juízes para a Democracia (AJD), José Henrique Torres, uma das entidades que apoiaram a audiência. Segundo ele, a minoria feminina no cenário político evidencia os efeitos da “ideologia patriarcal” da sociedade. “As leis já existem. O que precisa mudar é a intenção de manter a mulher em um espaço fechado.”
Fonte: Agência Patricia Galvão.

Violência atinge uma a cada três mulheres na América

(Terra) A ONU Mulheres denunciou , no Panamá, que uma em cada três mulheres sofre algum tipo de violência na América Latina e 16% delas já foram vítimas de constrangimento e abuso sexual alguma vez na vida.
Apesar de avanços conquistados em matéria de igualdade de gênero, "a violência doméstica ainda faz parte do cotidiano da América Latina", disse à AFP Moni Pizani, representante da ONU Mulheres para a região, citando os números contidos no informe "O Progresso das Mulheres no Mundo", elaborado pelas Nações Unidas com dados de 2011.
A violência contra a população feminina é uma realidade na região, apesar de 97% dos países terem aprovado leis severas contra tal situação e num momento em que os maus-tratos vêm tendo menos aceitação social entre todos os segmentos.
De acordo com pesquisas realizadas em nações latino-americanas, 85% das pessoas ouvidas afirmam que a agressão feita pelo marido ou companheiro não tem justificativa, em nenhum caso. No entanto, pensam o contrário 15% dos brasileiros e 20% dos entrevistados no México, Uruguai e Trinidad y Tobago, assim como 10% dos chilenos, diz o estudo.
O documento também destaca que embora a América Latina e o Caribe "possuam uma boa legislação contra a violência doméstica (...) são poucos os países que punem explicitamente esse comportamento, quando ocorre entre quatro paredes, dentro do casamento" - um fenômeno mais comum do que se pensa.
"Agora, as mulheres se atrevem a denunciar. Antes, sofriam os maus-tratos e coerções caladas, uma vez que o assunto era considerado da esfera privada. Enfim, conseguiu-se avançar um pouco, mas ainda falta muito a ser feito", insistiu Moni Pizani.
Ela também destacou violações sofridas pelas mulheres no mundo do trabalho, citando, por exemplo, a discriminação sexual.
Segundo o estudo citado pela representante da ONU, 53% da mão de obra na América Latina e Caribe é constituída de mulheres, que também são a maioria com diplomas universitários.
"No entanto, a desigualdade salarial ainda é notável em alguns países, onde as trabalhadoras recebem uma remuneração 40% inferior ao de um homem" para exercer as mesmas funções.
A ONU Mulheres, criada em 2010, trabalha com as premissas de que as mulheres e meninas em todo o mundo têm o direito a uma vida livre de discriminação, violência e pobreza, e de que a igualdade de gênero é um requisito central para se alcançar o desenvolvimento.
Defende a participação equitativa das mulheres em todos os aspectos da vida, destacando áreas prioritárias, como o aumento da liderança feminina; a eliminação da violência de gênero e o engajamento das mulheres em todos os aspectos dos processos de paz e segurança. Incentiva, ainda, os governos a aprimorar o ''empoderamento'' econômico das mulheres e colocar a igualdade de gênero no centro do planejamento e dos orçamentos ligados ao desenvolvimento.
A ONU Mulheres trabalha, ainda, junto aos governos e à sociedade civil para formular leis, políticas, programas e serviços necessários à implementação desses padrões.
Fonte :Agência Patricia Galvão.

Faltam serviços de atendimento às mulheres vítimas de violência, diz secretária

(Portal de Notícias/Senado) A falta de estrutura e de recursos para o atendimento de mulheres vítimas de violência e o grande no número de agressões no Brasil foram o foco da audiência pública promovida nesta terça-feira (20) pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Violência Contra a Mulher.
A secretária nacional de enfrentamento da violência contra a mulher, Aparecida Gonçalves trouxe à reunião dados que indicam aumento no número de agressões contra as mulheres e disse que os estados e municípios devem participar mais ativamente do combate ao problema.
- Em um país que a cada 10 ou 15 minutos uma mulher é agredida, não temos serviço especializado para atendimento as mulheres nem em 10% dos municípios brasileiros - disse.
Na Central de Atendimento à Mulher, criada em 2005, o serviço telefônico (180) recebe em média 1.828 chamadas por dia. Dessas, 89% são feitas pela própria vítima. Os dados ainda mostram que 40,6% das vítimas de agressões sofrem há pelo menos 10 anos com o problema, sendo que em 58,6% dos casos a violência é diária.
- Cinquenta e nove por cento das mulheres que sofrem violência não são dependentes financeiramente de seus companheiros, o que mostra que não é uma questão de dependência financeira e, sim, de dependência afetiva – comentou  Aparecida, que é ligada à Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), da Presidência da República.
O Brasil é o 12º em taxa de homicídio feminino no mundo, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde. O Espírito Santo – estado brasileiro com maior número de abusos contra mulheres proporcionalmente à população – registra mais ocorrências que a Costa do Marfim e Sudão, por exemplo.
Aparecida Gonçalves disse que há 963 unidades de atendimento à mulher em todo o Brasil, incluindo delegacias, centros de referências, juizados, varas adaptadas e abrigos. Deste número, 129 delegacias estão localizadas apenas na cidade de São Paulo – o que ainda é pouco para a população local e o que mostra o déficit de centros especializados no restante do território nacional.
- A violência contra as mulheres não é só um problema de segurança pública, de saúde pública ou de assistência social. Ela também é um problema de educação, de trabalho e renda e de cultura, portando ela perpassa todas as ações de políticas públicas e nós temos de ter a firmeza e a perspectiva de trabalhar com a interdisciplinaridade.

‘Não há investimentos para mulheres’, diz secretária de enfrentamento à violência

(Gabriel Bonis, da Carta Capital) Após mais de cinco anos da Lei Maria da Penha em vigor, legislação que endurece as penas em casos de agressão a mulheres, o Brasil ainda apresenta uma estrutura de atendimento à violência de gênero extremamente deficitária.
Menos de 10% dos municípios do País possuem delegacias especializadas no combate à violência contra a mulher, segundo dados anunciados nesta semana pela Secretaria de Políticas para as Mulheres. Ao todo são 374 delegacias em cerca de 7% das 5,5 mil cidades brasileiras.
aparecidagoncalves300_elzafiuza_agbr Com menos de 400 delegacias da mulher no País, secretária nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres diz que estados e municípios não entedem a importância do serviço. Foto: Elza Fiúza/ABr
Além disso, existem apenas 589 unidades de atendimento especializado, como centros de referência e abrigos no País.  “Esse número reflete a maneira como a sociedade brasileira tem tratado nas últimas décadas a violência contra a mulher”, afirma Aparecida Gonçalves, secretária nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, em entrevista a CartaCapital.
Segundo ela, não existe investimento efetivo em políticas públicas para as mulheres no Brasil e a institucionalização de uma política nacional sobre o assunto é recente, assim como o debate da importância de serviços específicos. “Ainda existe muita dificuldade de prefeitos e governadores em entender a importância deste tipo de unidades, pois muitos alegam não ter recursos e estrutura para montá-las.”
Uma afirmação refutada pelo Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, que disponibiliza recursos a fim de ajudar estados e municípios a criar serviços especializados, aponta.  “Precisamos ter condições políticas de negociação, pois não basta liberar verbas. É preciso vontade política ou essas unidades vão abrir, mas acabarão fechando.”
Essas condições ganham maior força pelo fato de o Brasil ser governado atualmente por uma mulher, acredita a secretária nacional Aparecida Gonçalves. “É um incentivo porque dá maior visibilidade ao problema, além de o enfrentamento à violência contra a mulher ser uma prioridade do governo Dilma Rousseff.”
“A presidenta tem dito desde a sua posse que quer maior rigor na aplicação da Lei Maria da Penha e isso também nos dá condições efetivas de ter mais recursos”, diz.
Em fevereiro, o Supremo Tribunal Federal (STF) endureceu a lei e definiu que o Ministério Público pode denunciar o agressor mesmo sem uma queixa formal da mulher. A investigação pode ser aberta inclusive por meio de informações passadas por vizinhos.
Apesar dos resultados ruins na estrutura de atendimento, o governo acredita que o pacto assinado em 2007 tem apresentado resultados dentro do esperado, como o aumento de 109% do número de serviços no País. A meta agora é chegar ao menos em 10% dos municípios em quatro anos e elevar o número de serviços especializados.
Por outro lado, a secretária destaca que a estrutura precária da rede de atendimento impede a recuperação adequada da vítima, que em quase 70% dos casos, segundo dados da Secretaria, sofre violência há mais de 10 anos.
“Precisamos de um serviço que dê o acompanhamento psicológico e social a essa mulher. A delegacia sozinha não dá conta”, diz.
Gonçalves aponta que a situação é ainda pior nas cidades menores, pois a maioria dos centros de apoio fica nas capitais.
A falta de delegacias especializadas também deixa a mulher mais vulnerável, pois a vítima precisaria recorrer ao serviço “comum” para registrar a queixa e enfrentar, muitas vezes, o descaso de indivíduos não qualificados para este tipo de atendimento. “Isso acaba gerando aquele tipo de questionamento à vítima: ‘tem certeza que a senhora vai fazer isso? Seu marido vai ser preso’.”
Comportamento que leva à subnotificação de casos e impede a composição de dados oficiais a quantificar a incidência da violência doméstica no Brasil. “Isso faz com que a mulher desacredite na proteção do Estado. Ou ela retorna ao seu agressor ou acaba tendo que encontrar seu caminho sozinha.”
Uma situação também refletida na América Latina em geral, segundo o estudo O Progresso das Mulheres no Mundo, anunciado pela ONU na quarta-feira 21. Dados de 2011 mostram que uma em cada três mulheres da região sofre algum tipo de violência e 16% delas já foram vítimas de constrangimento e abuso sexual alguma vez na vida.
Situação que ocorre em um cenário no qual 97% dos países aprovaram leis severas contra a violência de gênero.
Fonte:Agencia Patricia Galvão

segunda-feira, 19 de março de 2012

Dilma nomeia primeira mulher para comandar Funai

(Claudio Angelo e Andréia Sadi, da Folha de S.Paulo-DF) Marta do Amaral Azevedo, que trabalhou com educação e saúde reprodutiva da mulher indígena, substituirá Márcio Meira. Nova presidente deve ser nomeada até o final do mês e terá desafios, como questões fundiárias e usinas
martadoamaralazevedoA demógrafa Marta do Amaral Azevedo, professora da Unicamp, será a primeira mulher a presidir a Funai (Fundação Nacional do Índio). Sua nomeação está prevista para o fim do mês.
Ela substituirá o antropólogo paraense Márcio Meira, que pediu para sair após um mandato de cinco anos -o mais longo da história do órgão indigenista.
Meira disse à Folha que decidiu sair após ter sido convidado para assumir outra função no governo (ele não diz qual, mas afirma que ficará em Brasília). "Já cumpri minha missão institucional. Completei um ciclo", afirma o presidente da Funai
Azevedo, próxima do PT, foi escolhida pelo ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) com ajuda do próprio Meira.
Entidades ligadas à política indigenista e organizações indígenas não foram consultadas sobre a troca, o que motivou uma carta de protesto na semana passada da Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) à presidente Dilma Rousseff.
"Não é nada pessoal, mas os índios reivindicaram participar do processo", disse o assessor político da Apib, Paulino Montejo.
Formada em ciências sociais pela USP, com doutorado em demografia na Unicamp, Marta Azevedo trabalhou no ISA (Instituto Socioambiental), no alto rio Negro, com educação e saúde reprodutiva da mulher indígena.
DESAFIOS
A demógrafa assume a Funai num momento em que o Brasil é repreendido por organismos internacionais pelo que militantes veem como um atropelo aos direitos indígenas, na construção da hidrelétrica de Belo Monte.
O governo tem planos de outras hidrelétricas na Amazônia que afetam terras indígenas, como a de São Manuel, entre Mato Grosso e Pará - um problema para a próxima presidente resolver.
"O governo tem pouca sensibilidade à questão indígena, e há uma série de investidas contra os indígenas", diz André Villas-Bôas, antropólogo do ISA e ex-colaborador de Azevedo.
Ele cita a PEC-215, uma proposta de emenda à Constituição que tira do Executivo a prerrogativa de demarcar terras indígenas.
"A Marta é uma pessoa digna, mas, se o governo continuar mantendo a mesma postura, ela pode cair em isolamento", diz Villas-Bôas.
Outro problema é o conflito fundiário nas terras guaranis, em Mato Grosso do Sul.
Nos últimos dois anos a Funai identificou cerca de 30 terras que poderiam ser devolvidas a índios, que vivem confinados, mas não avançou na retirada dos fazendeiros.
A futura presidente conhece a situação de perto: ela estudou os suicídios dos guaranis confinados nos anos 80.
Acesse em pdf: Dilma escolhe demógrafa para a Funai (Folha de S.Paulo - 17/03/2012) 

Para saber mais sobre Marta Azevedo, assista
Primeira parte da entrevista com a profa. Marta do Amaral Azevedo para o programa Diálogo sem Fronteira (Centro de Estudos Avançados da Unicamp - 01/08/2011):

 

Segunda parte da entrevista: 


 

Indicação de fontes
Elza Berquó – demógrafa e coordenadora de Programa de Saúde Reprodutiva e Sexualidade do Núcleo de Estudos de População da Unicamp e integrante do Conselho Executivo do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento )
(11) 5574.0399 - berquo@cebrap.org.br
José Eustáquio Diniz Alves – demógrafo e professor titular do Mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais da Escola Nacional de Ciências Estatísticas - ENCE/IBGE 
(21) 2142.4689 ou 2142.4696 / 9966.6432
jed_alves@yahoo.com.br 



Semana da Mulher se encerra com programação especial na Praça da República


Neste domingo, dia 11 de março, foi realizada na Praça da República uma programação especial em homenagem as mulheres. O evento foi a culminância de todas as atividades realizadas ao longo da semana, pelo Governo estadual e a Prefeitura de Belém.
Governo e Prefeitura realizaram diversas ações para as mulheres e para todos que estiveram presentes na praça como procedimentos estéticos, orientações sobre a Lei Maria da Penha, Mini-rappel, orientações sobre doenças sexualmente transmissíveis e realização de shows com artistas locais.
Um estande que fez muito sucesso foi o da Coordenadoria da Mulher em Belém, que através da Associação Profissional de Estética no Pará – APEP articulou com vários profissionais e parceiros a realização de procedimentos de higienização básica facial e a técnica rápida de massagem relaxante, Quick Massage.
Nazaré Oliveira
Para Nazaré Oliveira, vice-presidente da APEP, a participação em um evento como este se dá pela importância da divulgação do trabalho da APEP e dos profissionais para o público, mostrando os serviços que podem ser realizados por um esteticista e também para os profissionais ainda não associados conhecerem a associação. Ela também reforçou que a APEP busca apresentar em eventos a conscientização pública acerca da importância do uso do filtro solar, dos cuidados com o corpo e da Higienização porque todos têm ligação direta com a auto-estima da mulher.
Anna Júlia e Eduardo Machado
Eduardo Machado, diretor da Adcos Belém, enfatizou que a homenagem é 100% da mulher por isso a empresa participa de eventos assim já que tem um perfil de levar a qualidade e segurança aos eventos que são abertos a sociedade e a maior cliente da Adcos é a mulher.
Todas as empresas participantes deste evento estão de parabéns pela programação diversificada que trouxeram em homenagem à mulher. Esperamos muito mais ano que vem!


domingo, 18 de março de 2012

Generocídio: meninas indianas em falta - Um estudo recente parcialmente baseado no censo 2011 na INDIA diz que 7 mil fetos são abortados a cada dia apenas por serem meninas – o que chega a 1 milhão por ano.

Absurdamente Absurdo! Inaceitável .

Generocídio: meninas indianas em falta

Por James Tulloch
 / Créditos: Reuters
As gêmeas de sete anos de idade Shahana (à direita) e Shahala (à esquerda) caminham para a escola onde estudam na vila de Kodinji, no Estado de Kerala, no sul da Índia. Kerala tem uma das melhores proporções entre os sexos de crianças: 959 meninas para cada 1.000 meninos com idade de 0 a 6 anos. (Foto: Reuters)
Cada vez mais os indianos ricos, 'modernizados' e com alto nível educacional preferem não ter filhas mulheres, explica o professor Neelambar Hatti, do Departamento de História Econômica na Lund University, criando assim uma bomba-relógio.
Quantas meninas estão faltando na população indiana?Para crianças com idade de 0 a 6, os resultados preliminares do censo 2011 mostram um declínio na proporção entre os sexos de crianças em todo o país, que passou de 927 meninas para cada 1.000 meninos em 2001 para apenas 914 meninas atualmente. Um estudo recente parcialmente baseado no censo 2011 diz que 7 mil fetos são abortados a cada dia apenas por serem meninas – o que chega a 1 milhão por ano.

Onde esse desequilíbrio entre os sexos é mais evidente?
Quase todos os Estados pioraram, mesmo aqueles que apresentavam no passado uma proporção positiva no sexo das crianças, como as áreas tribais no nordeste do país. O Estado de Maharastra (incluindo Mumbai) mostrou um declínio espantoso, passando de 913 (em 2001) para 883 (em 2011), enquanto a Caxemira baixou de 941 para 859.
Surpreendentemente, estão surgindo números melhores em Estados que, tradicionalmente, não favoreciam as mulheres: o Punjab saltou de 790 para 846, e Haryana aumentou de 819 para 830. Espera-se que isso seja uma tendência.

Como o senhor explica essas melhorias?
Ainda é cedo demais para dizer. Talvez as pessoas estejam começando a perceber o valor de ter uma criança do sexo feminino. Isso aconteceu na Coreia do Sul. Lá havia o mesmo problema, mas recentemente o número de mulheres começou a aumentar porque a população se deu conta de que, para as famílias em uma sociedade afluente, é necessário ter duas fontes de renda.

Há quanto tempo vem ocorrendo essa proporção negativa entre os sexos?Isso vem acontecendo há muito tempo, mas se tornou mais alarmante a partir do censo de 1961, e ficou ainda mais evidente após o censo de 1971.
Ao longo de todo o início do século XX houve um declínio devido, basicamente, ao infanticídio e ao infanticídio tardio – matar aos poucos as meninas dando-lhes menos alimento e privando-as de cuidados médicos.
Mais tarde, e mais claramente de 1971 em diante, ocorreu uma mudança gradual no sentido de abortar fetos do sexo feminino, e mesmo as clínicas de fertilidade têm selecionado os fetos com base no sexo da criança.

Quais as consequências no longo prazo desse desequilíbrio entre os sexos na Índia?Perde-se uma imensa quantidade de poder produtivo. Nas áreas rurais, as mulheres são muito importantes para a agricultura, especialmente em áreas onde se cultiva arroz. São elas que preparam as mudas e as transplantam para os arrozais. Em algumas áreas que pesquisei, há falta de mão de obra feminina, e os homens não possuem as aptidões.
Professor Neelambar Hatti, Departamento de História Econômica, Lund University: "Há 10 ou 15 anos, as pessoas diziam que, quando houvesse escolaridade, as atitudes mudariam, mas hoje são exatamente as pessoas com maior escolaridade, as que estão bem de vida, que são as perpetradoras". (Foto: Neelambar Hatti)
Há também o problema, já de longa data, do vínculo entre o número decrescente de mulheres e o envelhecimento na Índia. Se as pessoas têm apenas filhos homens e se estes vão para o exterior ou para as cidades em busca de empregos melhores, quem vai cuidar dos idosos?

Que impactos isso terá sobre a posição das mulheres na sociedade?
Sabemos que os números em declínio de mulheres irão, em última análise, criar um grande contingente de homens solteiros e, provavelmente, muito frustrados. Isso poderá ter impactos em termos de um maior índice de crimes e aumento da violência contra as mulheres. 
Eu conversei com o comissário de polícia em Bangalore no inverno passado e ele disse que tinha visto mais casos de violência em relação às mulheres.

Quais as razões que levam à discriminação contra as meninas?
Tradicionalmente, as meninas têm sido desvalorizadas na sociedade hinduísta. Uma razão para a preferência pelos meninos é puramente ritualista. Eu tenho três filhas e nenhum filho. Toda vez que estou na Índia as pessoas me perguntam: "Você já tem um menino? Ainda não? Puxa, quem fará a cerimônia da cremação quando você morrer?". Espera-se que um filho homem acenda a pira funerária, do contrário, a alma do pai ficará perdida. 
Outro fator é que, quando uma moça se casa, ela vai embora, e assim todo o investimento feito numa filha é reduzido a nada, ao passo que, no caso de um filho, espera-se que ele tome conta de você na velhice.
No entanto, encontramos aí outro fator: uma insegurança crescente entre os pais à medida que a sociedade "se modernizou". Você tem de dar estudo à filha e mandá-la para a faculdade. Lá ela poderá se apaixonar por alguém de uma casta diferente. Isso é um desastre, porque o status da família inteira pode ser rebaixado. 
As pessoas estão perdendo o controle sobre os filhos. As meninas tornaram-se mais caras em muitos aspectos. Então o que você faz? Não tenha uma filha mulher – essa é a solução deles.

Então esse é basicamente um problema das classes em ascensão e com mais escolaridade? 
Esse problema é mais agudo em áreas urbanas e é muito mais um problema da classe média. Há 10 ou 15 anos, as pessoas diziam que quando houvesse escolaridade as atitudes mudariam. Mas hoje são justamente as pessoas com maior escolaridade, as que estão bem de vida, que são as perpetradoras. 
Além disso, há um processo de “mimetização” – as classes inferiores imitam as classes superiores para elevar seu próprio status. As classes rurais estão cada vez mais recorrendo ao aborto porque elas veem a classe rica fazendo isso.

Qual a facilidade de acesso a exames de ultrassom e abortos? Quanto isso custa? O aborto com base no sexo do feto é ilegal na Índia, mas não existe qualquer controle.
Um exame de ultrassom custa de 3 mil a 5 mil rúpias (60 a 100 dólares). No Estado de Karnataka é oferecido um serviço completo, um pacote com ultrassom e aborto. Em Délhi havia anúncios que diziam: "Por que pagar 5 lakhs (equivalente a 500 mil rúpias ou 10 mil dólares) no futuro? Pague 5 mil rúpias agora e livre-se do problema".

Por que os governos não fiscalizam o cumprimento da lei?Nós vivemos em uma sociedade que institucionalizou a corrupção. Os médicos são altamente corruptos, assim como os políticos. Poucos anos atrás, prenderam um médico que tinha uma clínica móvel que fornecia serviços de ultrassom e aborto em sociedade com um ministro.
Nós temos leis fantásticas na Índia, mas quem é que vai implementá-las? Somente algumas ONGs é que têm procurado expor as clínicas e acusá-las, mas ninguém se importa. 
Tentaram introduzir leis, anos atrás, para incentivar as famílias a terem meninas com a promessa de pagar o curso superior delas, mas isso não se enraizou. Se você manda uma filha para a universidade, ainda assim existe o risco de que ela conheça o rapaz errado.

Veremos novos declínios ou mais melhorias no censo 2011?
Eu acho que veremos um declínio ainda maior na proporção entre os sexos. A economia ainda está em transição. O sistema de valores está mudando, e nós ainda não estabelecemos um novo. Na Grã-Bretanha também existia essa preferência pelos meninos e levou muito tempo até o status das mulheres melhorar. Na Índia, isso ainda vai levar pelo menos mais uma década.
fonte:Allianz

sábado, 17 de março de 2012

Funpapa viabiliza inclusão de mais 400 pessoas no mercado de trabalho

Texto: Ascom Funpapa Fotos: Arquivo NID/Comus

Serviços como corte de cabelo, escova, manicure e pedicure, depilação, degustação, entre outros, estarão disponíveis para o público presente na Feira de Talentos que a Fundação Papa João XXIII promove nesta sexta-feira,02, para que os 400 beneficiários da primeira turma de capacitação de 2012, formados através do Programa de Inclusão Produtiva (PIP), possam colocar em prática o que aprenderam durante os cursos de formação.
A feira, que acontece paralelamente à solenidade de conclusão dos cursos, será aberta ao público, de 08h às 12h e de 13h às 17, no Centro de Inclusão Produtiva (CIP) que fica na avenida José Bonifácio 578, em São Brás.
Ainda neste semestre, a Funpapa capacitará outros 800 beneficiários. A capacitação acontece em três etapas, cada uma com 400 usuários distribuídos em oito cursos: culinária, cabelereiro, corte e costura, manicure e pedicure, operador de caixa, garçom e garçonete, depilação, banho de lua e estética facial, recepcionista e telefonista com informática básica.
O Programa de Inclusão Produtiva (PIP) contempla com cursos de capacitação, usuários dos programas de transferência de renda mínima do Governo Federal, entre eles o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), Benefício da Prestação Continuada (BPC) e, prioritariamente, Bolsa Família.
O critério principal para a escolha das famílias atendidas foi estarem ligadas aos programas da Funpapa, cumprindo as condicionalidades do programa, entre elas garantir a frequência escolar das crianças, o acompanhamento na área de saúde e a participação nas atividades socioeducativas ofertadas nos Cras.
Os cursos que a Fundação oferece têm como objetivo capacitar usuários preparando-os para entrar no mercado de trabalho e, para isso, conta com parcerias de vários estabelecimentos comerciais., como supermercados, lojas de departamentos, hospitais, panificadoras, o que garante que grande parte dos usuários capacitados já saia empregado do programa de capacitação.