domingo, 1 de maio de 2011

Profissionais de saúde são capacitados no combate à violência doméstica

Por Denise Silva %u2013 Ascom Sesma

A violência doméstica é a maior causa de ferimentos femininos em todo o mundo e a principal causa de morte de mulheres entre os 14 e 44 anos. Na maioria das vezes, os casos de violência são realizados por amigos, conhecidos e até parentes próximos.
 
A Referência Técnica de Morbimortalidade por Acidentes e Violências da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) realizou, dia (27/04), uma nova capacitação de profissionais de saúde destinada à rede Estadual e Hospitais Militares sobre a notificação da ficha de violência doméstica, sexual e outras violências. O evento foi voltado a médicos, psicólogos, assistentes sociais e enfermeiros que atuam diretamente no atendimento de crianças, adolescentes, mulheres e idosos.
 
A violência doméstica e sexual é regulamentada como notificação compulsória, desde 25 de janeiro de 2011, pela portaria de número 104 do Ministério da Saúde. As principais ocorrências são de agressão sexual, moral, física e psicológica. Não há bairros específicos de risco, mas a maior concentração de casos notificados está em bairros de periferia, como a Terra Firme, Guamá, Telégrafo, entre outros. Separados por gênero, em 2010 foram notificados 96 casos de violência contra homens e 424 contra mulheres
 
De acordo com a coordenadora, Maisa Gomes, estes dados foram coletados em 3 locais de Belém: Casa da Mulher, Santa Casa e Unidade Municipal de Saúde da Sacramenta. "Entre elas, os maiores números de notificação aconteceram na Santa Casa, sendo que em 2009 foram registrados 652 casos de violência e em 2010 essa quantidade aumentou para 1.005 casos”, conta.
 
A coordenadora ainda explica que o número inferior de casos masculinos não significa que os homens sofram menos violência, e sim que há a falta de iniciativa para o registro dos casos. "É notável a dificuldade que o homem tem de admitir que sofreu algum tipo de violência. A maioria prefere omitir e deixar o caso para trás, o que dificulta bastante nosso trabalho de notificação", revela.  
 
Já em relação à violência sexual, a pesquisa foi dividida em cinco categorias: assédio sexual, estupro, pornografia infantil, exploração sexual e outros tipos. Só no ano passado, em 76,1% dos casos houve a comprovação de estupro, o que representa 1.297 notificações. Outro dado preocupante é que em 2009, os casos de violência sexual contra mulheres de 1 a 9 anos representaram 76% dos casos registrados.
 
Durante todo o ano de 2010, forma feitas capacitações com o objetivo de melhorar a formação dos profissionais que trabalham diretamente e indiretamente na luta contra a violência doméstica e sexual. Com as capacitações, o Núcleo pretende intensificar a prevenção para que esses casos não terminem nos prontos socorros, delegacias, ou até em uma possível morte. O profissional tem que ser capaz de identificar a presença ou suspeita de violência em diferentes casos atendidos.

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