segunda-feira, 3 de outubro de 2011


UOL/O Globo/O Estado de S. Paulo) O rei Abdullah da Arábia Saudita anulou a sentença contra uma mulher condenada a dez chibatadas por dirigir um automóvel, o que violava a lei que proíbe as mulheres de dirigir. O anúncio foi feito por uma princesa saudita em sua conta do Twitter.

"Graças a Deus a flagelação de Sheima foi anulada. Graças a nosso amado rei", anunciou a princesa Amira Tawil, mulher do sobrinho do rei.

Sheima Jastaniah havia sido condenada na segunda-feira por um tribunal de Yeda, cidade onde havia sido detida em julho quando dirigia um carro, segundo anunciou na terça-feira uma militante de defesa dos direitos humanos.

Essa condenação ocorreu um dia depois do anúncio histórico feito pelo rei Abdullah que deu às mulheres o direito ao voto e à candidatura nas eleições municipais e para sua entrada ao Majlis al-Shura, conselho consultivo cujos membros são nomeados.

A Anistia Internacional condenou essa sentença, classificando-a como "castigo um cruel", que mostrava a "magnitude das discriminações contra as mulheres".

Além de Shaima, outras dezenas de mulheres respondem a processos por dirigir automóveis e algumas delas passaram dias na cadeia. Esta, no entanto, é a primeira vez que uma delas havia sido condenada.

A luta das sauditas pelo direito de dirigir dura há pelo menos duas décadas. Em 1990, mais de 40 mulheres desafiaram o governo ao sair nas ruas ao mesmo tempo dirigindo os carros dos pais. Embora não fosse uma proibição legal, elas passaram um dia na cadeia, tiveram seus passaportes confiscados e muitas perderam o emprego, por pressão de autoridades religiosas.

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