quarta-feira, 4 de julho de 2012

Mulher agredida não tem a atenção que merece no PR, diz relatora da CPMI

Gazeta do Povo) A falta de dados sobre investigação e punição dos casos de violência contra a mulher no Paraná chamou a atenção da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga o tema. Senadores e deputados federais estiveram em Curitiba entre domingo e segunda-feira passada para tentar identificar as causas que levam o estado a ter a terceira maior taxa de homicídios de mulheres do Brasil. Um mês antes, a senadora Ana Rita (PT-ES), relatora da CPMI, enviou ofícios a secretarias do Paraná, ao Tribunal de Justiça e ao Ministério Público Estadual pedindo estatísticas a respeito do problema, mas as informações não chegaram ou vieram incompletas.

Hoje, sabe-se que 338 mulheres morreram em 2011 no Paraná por meios violentos, mas não quantas fizeram boletim de ocorrência, quantos casos envolviam violência doméstica e nem quantos agressores foram condenados.
Em entrevista à Gazeta do Povo um dia antes da audiência pública na Assembleia Legislativa do Paraná, Ana Rita cobrou do estado a criação de uma secretaria da mulher, mais delegacias especializadas, casas-abrigo, maior compromisso com a divulgação de dados e um órgão importante para de fato fazer valer a Lei Maria da Penha: a Defensoria Pública. O órgão foi criado neste ano pelo governo do Paraná e ainda está na fase de contratação de pessoal. Acompanhe os principais trechos da conversa:
Em 1992, o Congresso criou uma CPI para investigar a violência contra a mulher. Naquele ano, foram mortas quase mil mulheres. Em 2012, uma nova CPI investiga o mesmo assunto. Por que se matam tantas mulheres no Brasil?
Eu me faço essa pergunta todos os dias. Há o machismo, que é muito forte na sociedade. A grande maioria dos homens não concebe que as mulheres têm direitos, podem trabalhar fora, ter remuneração. O machismo é histórico e está impregnado em alguns homens. E há um ciúme exagerado, que não permite à mulher se arrumar. Ela se arruma para ele, e ele acha que é para outro. Por outro lado, há muita impunidade. Se houvesse aplicação da lei e punição de fato, os homens não fariam isso. Isso precisa mudar.
Fonte Gazeta do povo
Patricia Galvão

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